Fotos: Luccas Emanuel / Despencando Estrelas
     Na última quinta feira (22) aconteceu o show da cantora Clarice Falcão na Casa Natura Musical, em São Paulo. A casa foi aberta às 20h e já havia cerca de vinte pessoas na fila. A apresentação que estava marcada para 21h30 começou meia hora atrasada, com um clima cheio de energia. A música que deu início ao show foi Irônico, primeiro single do mais recente álbum, Problema Meu (veja nossa review aqui!). Como cheguei bem cedo, fiquei na segunda fileira em relação ao palco. Não havia grade, então era possível enxergar a setlist que estava no chão, próximo ao microfone da cantora.


     Em cerca de 1h40 de show, Clarice cantou a maioria das canções de seu último álbum e também algumas canções do trabalho anterior, com novos arranjos. Eu Esqueci Você foi enriquecida com uma bateria marcante e toques de guitarra mais presentes. A cantora cantou Talvez em cima do instrumental de L’Amour Toujours em um mash-up que soa incrível! Ela cantou um trecho de Capitão Gancho em acapella e foi acompanhada por todos os fãs. O que eu Bebi ganhou uma versão completamente diferente, muito mais animada e com uma guitarra gritante.


     Antes de começar a faixa Marta, Clarice explicou a história da música. Ela disse que estava recebendo mensagens por engano de uma suposta Marta Helena, que estava com sérios problemas no banco. Ela também fez o mesmo com a canção Clarice, que antes se chamava Henrique. Ela cantou as duas versões da música e contou que a canção era sobre alguém que estava insatisfeito com as serenatas que estava recebendo, até que percebeu que poderia se transformar em uma autocrítica. Falcão apresentou uma canção chamada Robespierre, que foi descartada de seu segundo disco e chamada carinhosamente de “lixo do CD”.

     O show ainda contou com a participação especial de Tim Bernardes, vocalista da banda O Terno. Falcão mostrou incrível admiração por ele ao apresentá-lo ao palco, e contou a história de como se conheceram. Juntos, eles cantaram as canções Eu Me Lembro, Volta (canção de O Terno) e Monomania.


     Depois da canção Como é que Eu vou Dizer que Acabou? a cantora saiu do palco junto a sua banda, simbolizando o término do show. Os fãs a chamaram e começaram todos a cantar a música Oitavo Andar, de seu primeiro disco. Clarice voltou ao palco e cantou a canção junto com os fãs, que batiam palmas para marcar o ritmo. Eu nunca tinha participado de algo assim antes, e foi uma parte bem emocionante do show, já que a canção não estava na setlist.


     Depois disso, Clarice cantou Macaé, música de seu primeiro disco, e Survivor, cover das Destiny’s Child.  A última apresentação foi a de Vagabunda. Quando a canção estava chegando ao fim, os músicos iam saindo do palco gradativamente enquanto os outros tocavam, o que deu um efeito muito interessante na canção.

    A voz da cantora soa um pouco mais grave ao vivo, mas essa característica só é percebida quando ouvimos a versão de estúdio em seguida. Eu já tinha assistido a um show de Clarice no final de setembro de 2016, também da turnê Problema Meu. Em comparação com esse show mais recente, é possível perceber uma evolução nos vocais. Clarice foi muito simpática durante todo o show, parecia muito feliz e confortável. Fez diversas piadas e até assinou o CD de algumas pessoas que estavam na frente do palco (e pediu desculpas por não ter tempo de assinar o de todos). O animado público respondeu com a mesma intensidade, ao cantar todas as letras.

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Setlist

Irônico
Eu Escolhi Você
Eu Esqueci Você
Vinheta
Deve Ter Sido Eu
Se Esse Bar
L'Amour Toujours / Talvez
Capitão Gancho
O Que eu Bebi por Você
Marta
A Volta do Mecenas
Robespierre
Eu sou Stefhany
Eu Me Lembro (com Tim Bernardes)
Volta (com Tim Bernardes)
Monomania (com Tim Bernardes)
Banho de Piscina
Eu sou Problema Meu
Henrique / Clarice
Como é que eu vou dizer que Acabou? 

Encore
Oitavo Andar (acapella)
Macaé
Survivor
Vagabunda

Publicado por: Luccas Emanuel


     Na última sexta feira (09) a cantora Katy Perry lançou seu quarto álbum de estúdio, titulado Witness, pela Capital Records. O álbum possui múltiplos estilos que combinam entre si, mantendo uma identidade característica que faz referências aos anos ’80 e synthpop, além de canções eletrônicas e minimalistas, sem dispensar as baladas.

     Semanas antes do lançamento de Witness, Katy postou um vídeo mais intimista em sua conta particular do youtube para divulgar seu novo material, confira abaixo.

“Você consegue me enxergar? Quero dizer, eu sei que você consegue me enxergar, mas você consegue realmente me enxergar? Meu nome é Katheryn Hudson. Eu sou vulnerável e forte. Eu sou mulher e artista. Sou liberal, pateta e nem sempre estou certa. Eu sou Katy Perry, e não sou apenas uma coisa.”
     Katy fez um hiato após a turnê do álbum Prism, lançado em 2013, para descanso e pesquisa e desenvolvimento de seu novo projeto. Até o final de 2016 ela e sua equipe trabalhavam com mais de 40 faixas. Na época, a cantora contou ao radialista Ryan Seacrest que estava em busca de trabalhar com produtores diferentes, experimentando novos estilos.  A composição do álbum foi feita majoritariamente pela própria Katy em companhia de Max Martin, Ali Payami, Shellback, Jack Antonoff e Sia. Além de Martin, Payami e Shellback, a produção também tem participação de Purity Ring, e Mike WiLL Made It. 

“Vamos chamar essa nova era de pop com propósito”

     Em uma transmissão ao vivo no youtube, Katy apresentou algumas canções acústicas e explicou o nome de seu álbum. A cantora conta que após a promoção de seu álbum anterior, Prism, um homem a perguntou: “Se você fosse escrever uma canção agora, qual seria o nome dela?”. Ela diz que rapidamente respondeu “Witness”, pelo significado pessoal que a palavra tinha para ela, sobre querer ser testemunha da vida das pessoas e fazer histórias com sua observação.

     A capa de Witness mostra Katy loira com o cabelo curto, maquiagem pesada e estilo oitentista. Em entrevista ao programa Jimmy Fallon ela explica o conceito de sua capa. 
“Sabe, às vezes quando você vê um olho extra, você o veria como um terceiro olho, e pra mim é como se através dessa jornada, [...] eu tenho sido capaz de compartilhar com vocês dez anos de música e eu sou muito grata por isso, mas para mim a parte incrível é que a música tem me permitido viajar. O que reeducou minha mente e mudou muito minha perspectiva, e também minha educação e minha consciência vêm da minha voz, e é assim que eu sou. É desta forma que eu testemunho você e você me testemunha e eu acho que é por isso que o olho está dentro da boca.”

Witness
“Estamos todos apenas procurando por uma conexão.”
     A canção título nos introduz a sonoridade deste álbum, que começa com acordes de piano e dedilhados de violão que logo se transformam em uma crescente batida direcionando para um envolvente refrão. O piano dá um aspecto retrô e se mostra bem presente em boa parte da canção, que termina com assobios. Na letra, Katy demonstra que procura por um parceiro que seja testemunha das coisas que acontecem em sua vida, alguém que apoie, entenda e esteja com ela em seus piores momentos. No final de maio de 2016 um hacker vazou a versão demo da canção, que possuía mais de um minuto de apenas instrumental e menos estrofes. 

Hey Hey Hey
“Você acha que estou despedaçando, mas você não pode me quebrar.”
     Ponto forte do álbum, com um enorme potencial para ser single. A canção é animada e comercial sem ser previsível e genérica, com um refrão chiclete que provavelmente vai ficar na sua cabeça por um bom tempo. Hey Hey Hey é um hino contra o estereótipo de que garotas são inocentes e frágeis. Katy declara ter um grande cérebro e um rosto bonito, além de cantar que ela pode ser feminina e fofa, mas ainda assim ser forte, independente e confiante. Que ela pode “cheirar como uma rosa e perfurar como um espinho, [...] uma Marilyn Monroe em um trator”. GIRL POWER!

Roulette
“Vamos deixar a segurança de lado por um minuto.”
     Roulette flerta com o synthpop, estilo que se mostra presente em alguns pontos do álbum. A faixa tem uma sonoridade futurista com uma pitada de disco music. Alguns fãs comentaram que sonoramente, a canção parece ter sido algo feito por La Roux, ou até Lady Gaga no início de carreira. Nessa canção, Katy se mostra cansada da rotina, e canta sobre a volta de um antigo amante em sua vida. Ela utiliza essa ocasião como artifício para se divertir, abaixar a guarda e se arriscar um pouco. Ela faz uma relação ao jogo de azar roleta russa, dizendo que seu amor é como uma bala e que basta carregar e girar o tambor da arma.

Swish Swish (feat. Nicki Minaj)
“É engraçado como meu nome continua saindo da sua boca”

     A canção tem produção bem minimalista e segue o padrão de Witness, principalmente pelas batidas envolventes contracenando com acordes de piano. Swish Swish contém sample da canção Star 69 de FatboySlim e um potencial bem grande para tocar nas rádios e em festas aí afora. Katy definiu Swish Swish como uma canção sobre escapar de negatividade inútil. Um recado para seus  inimigos e haters, dizendo que não importa o quanto tentam a boicotar e falar coisas contra ela, ela continuará fazendo sucesso. O verso de Nicki Minaj energiza a canção e completa a ideia cantada por Katy. Há especulações quase confirmadas nas entrelinhas que mostram que a canção seria uma alfinetada para Taylor Swift e Remmy Ma, artistas que Katy Perry e Nicki possuem certa rivalidade, respectivamente. 

Déjà Vu
“Porque todos os dias são iguais”
     Déjà Vu segue a identidade de Roulette e Witness, porém mais lenta. Misturando R&B e eletropop, Déjà Vu conta a história de um relacionamento estagnado sem futuras perspectivas, onde tudo soa como um eco de um amor que não existe mais, torturando as pessoas envolvidas. Katy canta que essa situação apenas está andando em círculos, deixando-a insana. No refrão, ela parafraseia suposto dizer de Albert Einstein: “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”.


Power
“Você não pode silenciar esse trovão”
     Definitivamente a canção mais estranha do álbum. Contém influência dos anos 80, além de uma bateria elétrica bem marcante e toques psicodélicos, que podem causar estranhamento (ou admiração) nas primeiras ouvidas. Em Power, Katy canta sobre um relacionamento destrutivo que sugou suas forças. No entanto, ela é positiva e mostra seu empoderamento diante a situação e canta: “Você não pode cortar minhas asas e fazer murchar minhas flores. [...] É melhor você mostrar algum respeito, estou cansada de você drenando meu poder”.

Mind Maze
“O que costumava me estimular, agora mal me tira da cama.”

     Mind Maze é mais lenta e possui sintetizadores e uma interessante batida. Os vocais do refrão são carregados por um efeito que lembra autotune, usado para dar um tom futurista à canção, além de servir de referência à ilusão e pontos negativos da fama. O título pode ser traduzido como “Labirinto Mental”, e já nos dá uma dica do que a canção se trata.  Nessa música, Katy fala sobre problemas psicológicos e saúde mental, estar desencantada em relação ao mundo, presa em sua mente lutando consigo mesma. Em meio à vontade de “se submeter a doce rendição”, ela busca maneiras de se libertar e se encontrar novamente. Em uma transmissão do youtube, a cantora conta que essa canção fala sobre sua luta contra o álcool, usado para esquecer seus problemas.

Miss You More
“Você já se perguntou o que nós poderíamos ter sido?”
     A oitava canção do álbum é uma deliciosa balada que lembra a atmosfera de Prism, álbum anterior da cantora. O instrumental é recheado com lentos acordes de piano eletrônico e estalos de dedos, criando um clima interessante que Katy usa para demonstrar seu potencial vocal. A letra de Miss You More conta sobre um relacionamento antigo, e o fato do sentimento de saudade ser maior do que o amor sentido no momento. A cantora faz uma clara relação à luta de deixar alguém ir quando um relacionamento acaba, mesmo quando não estava mais dando certo. Há especulações que essa canção seja uma resposta para John Mayer, que em fevereiro lançou a música Still Feel Like Your Man e declarou ser para Katy. Os dois namoraram por dois anos, terminando em 2014. 

Chained to the Rhythm (feat. Skip Marley)
“É tão confortável viver numa bolha”
     Primeira canção divulgada do álbum, Chained to the Rhythm é uma faixa muito dançante com um refrão propositalmente grudento e inspirações de eletropop e disco music. Katy tem uma epifania social e na letra se questiona sobre a vida moderna, onde vivemos em uma falsa utopia, alienados pela mídia e agindo sem ter pensamento crítico (e a forma que aparentemente não nos importamos com isso). O vídeo faz uma crítica óbvia e direta que evidencia o conceito da música, mostrando como somos controlados pelo sistema, além de conter críticas diretas ao sexismo, mídia social e o american way of life. Também é possível ver pessoas em rodas de hamster, correndo e não indo a lugar algum.  A canção faz uma referência clara à frase de Karl Marx: “Os trabalhadores não têm nada a perder [...] a não ser suas correntes”, e o verso de Skip Marley evidencia isso, além de se encaixar muito bem com a canção.

Tsunami
“Você está acordando um oceano de emoções que meu corpo não consegue esconder.”
     A décima faixa do álbum soa moderna e envolvente e se parece muito como uma canção tirada do álbum do Tame Impala. Durante a música, Katy faz diversas comparações entre o amor/sexo e o oceano, com conotações sexuais perceptíveis, porém não tão óbvias. Um tsunami é uma enorme onda causada por um terremoto, de forma que não há muito a se fazer para escapar de um. Katy faz um convite para nadar com ela e se render ao prazer. O refrão diz “Não tenha medo de mergulhar profundamente e começar um tsunami”.


Bon Appétit (feat. Migos)
“Quero te manter satisfeito, o cliente está sempre certo”
     O segundo single do álbum é uma poderosa canção pop com uma vibração dance e eletropop contagiante. A recepção da música foi mista pelos fãs, que nas primeiras ouvidas declararam detestar a canção, mas logo a aprovaram. Em Bon Appétit a cantora novamente lida com assuntos delicados, questionando costumes da sociedade. Ela coloca em discussão a deliberação sexual feminina por escolha e ao mesmo tempo, a objetificação e hipersexualização do corpo feminino. Na letra e no vídeo, ela se mostra como o prato principal, pronto para ser desfrutado, comparando-a como um pedaço de carne, além de indiretamente colocar em pauta a causa animal, visto que no final do clipe é possível ver humanos capturados e explorados da mesma forma que nós fazemos com os animais, invertendo os papéis.

Bigger Than Me
“Se eu não estiver evoluindo, sou apenas mais um robô que absorve oxigênio”
     Katy continua explorando a dance music em Bigger than Me, que possui uma proposta envolvente que mistura o que já ouvidos do álbum até agora. A música é animada e bem dançante, possuindo uma melodia que causa a sensação de uma aura tecnológica e futurista. Na canção, Katy fala que ela percebe situações que ela considera erradas (como já comentadas anteriormente no álbum), e não acredita que possui poder suficiente para causar a mudança por ser apenas um grão de areia. Mesmo assim, ela acredita que não há outro caminho para percorrer, e diz que mesmo se ela tente ignorar o problema, suas esperanças são restauradas pelo desejo de mudança.

Save As Draft
“De que vai adiantar reabrir a ferida?”
     A canção segue a mesma atmosfera de Miss You More, uma belíssima e forte balada romântica onde os vocais de Katy se sobressaem. Save As Draft fala sobre as dificuldades em superar um relacionamento que terminou deixando pontas soltas, fazendo relações com nosso comportamento em redes sociais (desabafo, difamação etc). A canção se inicia com sons de digitação no teclado, e o ritmo é definido por essas batidas, o que além de ser uma ideia muito interessante, caracteriza o sentido da música. No relacionamento, parece que ambos estão passando por mudanças, e o desejo de entender as coisas é quase proporcional à quantidade de menções no twitter. Em meio a lutas internas e manipulação dos fatos, Katy se encontra escrevendo um e-mail para o ex em tentativa de esclarecer fatos e colocar um ponto final na história. Ela escreve e apaga a mensagem diversas vezes, ainda influenciada pelas emoções. Depois de hesitar um pouco, resolve dar um tempo e salvar a mensagem como rascunho.

Pendulum
“A vida é um pêndulo: tudo vai voltar uma hora”
    Pendulum tem a intenção de ser uma canção que ajuda a ser quem somos e se libertar do que nos diminui. O piano é bem demarcado na canção, e ela possui influências da música gospel (cenário em  que Katy cresceu) e um coral que evidencia isso. A letra nos convida a aceitar as mudanças em nossa vida e confiar no carma, não lutar contra quem somos e que não importa se alguém tentar te diminuir e se passar por inocente, uma hora a verdade será desmascarada. É feita uma óbvia referência ao pêndulo de Newton, objeto criado para representar a lei da ação e reação. 

Into Me You See
“Eu estava petrificada, só sabia me esconder.”
     O álbum termina com uma balada formada quase que inteiramente por piano e voz, lembrando By the Grace of God, do álbum anterior. Katy se encontrava sem perspectivas, trancada em uma vida de fachada. Construiu muralha em sua volta para que ninguém pudesse atingi-la e se satisfazia ao viver de máscaras. Então, ela encontra alguém que enxerga sua beleza interior e liberta uma melhor versão de si que ela mesma não conhecia. No refrão ela faz um jogo de palavras combinando a pronúncia de 'intimidade' (intimacy em inglês) e 'você vê o meu interior' (into me, you see). Katy define esta como a canção mais íntima de Witness. Ela conta que o álbum fala sobre buscar ouvir e entender mais as pessoas e testemunhar suas histórias. Estar junto a elas por diversos momentos e enxergar o interior de cada um, quebrando o medo da intimidade. 



Há uma versão especial do álbum que contém duas faixas bônus exclusivas, que pode ser adquirida na loja Target.

Dance With the Devil
“O que vale a pena quando minha cabeça gira com dúvidas?”
     Dance with the Devil é uma canção pop de produção mais crua em comparação com o restante do álbum, e por mais que seja animada, carrega em suas batidas o peso da mensagem cantada. Nesta música, Katy mistura os sentimentos de Mind Maze e Déjà Vu, de forma mais intensa e íntima. Novamente, ela se refere aos seus problemas com bebida e a forma que ela bebe para ignorar o que tinha se tornado. Ela fala sobre os demônios internos que luta todos os dias, tentando se libertar da insanidade causada por eles. No final da canção, ela grita para si mesma que não precisa daquilo, como uma forma de se convencer e também de buscar forças. Em uma transmissão no youtube, a cantora declarou que não precisa mais da bebida porque está orgulhosa de quem ela é por completo.

Act My Age
“Não me importo com o que dizem, não vou agir de acordo com minha idade.”
     Act My Age finaliza a versão especial do álbum da melhor forma possível: uma grandiosa canção pop, caracterizando o retorno dos anos dourados da cantora. A música tem uma vibração positiva, batidas envolvidas e animadas, com dedilhados de guitarra que fazem a diferença. Katy diz que pode ter mais de trinta anos, mas que isso definitivamente não definirá suas atitudes ou pensamentos. Ela acredita na forma adolescente irresponsável de aproveitar a vida ao máximo (possíveis referências a Teenage Dream?), sem se importar com o que dizem. Ela nos encoraja a não alterar nossos sonhos ou nos sabotar com medo de julgamento alheio. 
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     Em resumo, Witness é um álbum completo. É ousado e inovador, confiante e vulnerável, moderno e retrô, e como ela mesma se definiu, não é apenas uma coisa. Katy Perry pôde demonstrar sua versatilidade e seu crescimento como artista. A cantora mostrou uma evolução significativa neste novo trabalho, explorando novos horizontes até de forma arriscada. 
Nota:

Publicado por: Luccas Emanuel


A cantora AURORA já havia comentado anteriormente que viria ao Brasil, mas até então nada estava confirmado. 

Recentemente, ela comentou na conta de um fã brasileiro que reclamou da ausência do Brasil na turnê: "Okay, acho que todos vocês deveriam esperar e ver…. E talvez esse passarinho estará visitando o Brasil mais tarde esse ano." (Leia aqui)

Domingo, às 16h, ela estará ao vivo na página Portal AURORA Brasil para responder algumas perguntas dos fãs. A página é uma das grandes responsáveis pela divulgação da cantora no país e tem reconhecimento da própria desde sua fundação. 

Nesse mesmo horário, a produtora de shows W+ Entertainment irá fazer um grande anúncio em sua fanpage, curiosamente utilizando uma mariposa na imagem de divulgação - uma alusão à capa de All My Demons Greeting Me As a Friend, álbum da cantora, que também coleciona insetos.

(A gente não queria fazer um título sensacionalista, mas é muito claro que vai acontecer!)

Fotos de Raquel Oliveira
O cantor Leandro Buenno realizou nesse último domingo, dia 07, um encontro com seus fãs, que contou também com a presença de Kim Lírio e Renan Cavolik, e foi realizado no Parque do Ibirapuera em São Paulo.

Entre 15h e 18h40, aproximadamente, tivemos tempo pra conversar, brincar, tirar fotos e ouvir música. Incrivelmente solícito, Leandro é uma pessoa mais apaixonante pessoalmente - cheio de sorrisos e atenção pra quem compareceu. Foi uma tarde maravilhosa. 



Foi uma oportunidade de falar sobre a carreira do cantor e se divertir. Buenno falou sobre nos novos planos da carreira: sua nova música, Fica Comigo, está prevista para ser lançada no Dia dos Namorados. Ele tem planos para um álbum, que deverá ter pelo menos 10 faixas.



Em 2014, ele participou da edição brasileira do The Voice e foi selecionado ao apresentar o sucesso Latch. O cantor participou do time de Claudia Leitte.

Seu EP homônimo foi lançado em março de 2016 e conta com 5 faixas, saiba mais aqui.

A oportunidade de conhecer o cantor no evento provou que ele respeita demais seus fãs e seu trabalho, além de ser extremamente talentoso.


The Get Down é uma série musical do Netflix sobre o nascimento do Hip Hop.

Sinopse: Na Nova York de 1977, a talentosa juventude do South Bronx persegue sonhos e uma nova forma de expressão que mudará a história da música.


Em The Get Down você encontrará música, do disco ao hip hop, que estava nascendo, além da explosão do grafite, fortemente combatido na época. 

Há muitas denúncias e críticas sociais. As rimas de Ezekiel já provam desde o primeiro episódio que há muito a ser dito - são sobre a realidade de um menino negro e pobre do Bronx de 1977 mas continuam desesperadamente atuais. Há muitos discursos inspiradores e falas brilhantes sobre amizade, sobre sonhar e conquistar suas asas e sua própria liberdade.

Políticos, religiosos, homens poderosos e traficantes - os "bonzinhos" são desmascarados e as figuras já estigmatizadas pela sociedade são humanizadas. 

Com Mylene Cruz, podemos acompanhar uma jovem que sonha em ser uma estrela do disco apesar do pai religioso e controlador. Entre outros pontos abordados em sua trajetória, podemos vislumbrar o jogo de interesses da indústria da música, a objetificação das mulheres no ramo e também a hipocrisia religiosa em seus conflitos familiares.

A série tem muita representatividade, protagonizada por negros e latinos. As mulheres da trama são fortes e poderosas, cada uma do seu modo.

A única temporada é dividida entre parte 1 e 2, o ritmo segue o mesmo da primeira para a segunda, que começa 1 ano após o episódio 6 da primeira. Sorte que ambas já estão disponíveis no Netflix, perfeito pra maratona. O curioso é que a segunda parte conta com trechos animados - que nos lembram o desenho dos Jackson Five. 

Os episódios finais de ambas as partes são incríveis. A season finale é muito boa e não exige uma segunda temporada - quem assiste pode imaginar o que se deu depois com o que a série mostra. Infelizmente, foi confirmado que não haverá mais de The Get Down.

Com certeza minha série favorita até agora. Indico muito!


Temporada 1
Parte 1 - 6 episódios
Parte 2 - 5 episódios
Nota: 5 estrelas


O Fall Out Boy divulgou hoje seu novo single Young and Menace - o primeiro do novo álbum da banda, M A N I A, que será lançado em 15 de setembro. Na nota oficial em seu site, eles já prometeram muitas surpresas até o grande dia chegar.


"Eu não estou aqui apenas pelo seu amor, estou aqui por todo seu amor". Pete Wentz

A cor escolhida pra nova era é o roxo: algo inédito nos temas das capas anteriores da banda, que costumavam alternar entre vermelho e azul - da junção dessas vem a nova cor, uma mistura do que já existia no FOB para criar algo muito novo. Conceito, né?
Fonte
O som do novo single está bem diferente de tudo que a banda já fez antes, apesar de sua tendência pro pop comercial ter crescido gradativamente desde o retorno da banda pós hiato, Young and Menace causa certo choque nos fãs mais antigos da banda - mas deve conquistar novos.

"É uma música estranha (...). Quando chega no pré-refrão, a música fica muito mais estranha nessa parte", disse o baixista na banda em entrevista à uma rádio. A música foi criada por Patrick Stump, o vocalista, e Pete disse que "representa a mente" do colega. 

Até o momento, o Brasil será o primeiro país a receber a nova turnê: o show único no Rock In Rio acontece em 21 de setembro, menos de uma semana após o lançamento do álbum. A última passagem deles pelo país foi em 2014, com a turnê Save Rock and Roll Tour em São Paulo.

As demais datas são pra América do Norte e cada centavo dos ingressos será revertido para a Fall Out Boy Fund - uma fundação que a banda criou para ajudar ONGs de caridade em sua cidade natal - Chicago. Como se não bastasse, há também a promessa de mais uma surpresa por lá e parece que vai ser boa o suficiente para justificar a ausência de um show marcado.

O clipe mostra uma garotinha que vivia com monstros e, ao descobrir que era humana, foge para conhecer seus iguais - mas acaba percebendo que os humanos também são monstros. "É sobre sentir que você não pertence a esse lugar", comentou Pete.



ATENÇÃO! Contém spoilers de A Seleção, A Elite e A Escolha! Não continue a ler este post se não quiser ter surpresas.


A Herdeira é o quarto livro da série de A Seleção, da autora Kiera Cass. No último livro, A Escolha, Maxon e America finalmente ficam juntos, depois de muitos problemas. Como o rei e a rainha morreram no último ataque rebelde sulista, além de se casarem, Maxon e America assumem os tronos de Illéa. Com o tempo, eliminam as castas e os problemas diminuem drasticamente, de início. A Herdeira vem nos contar o que está acontecendo 18 anos depois de A Escolha, quando novos problemas começam a surgir. Parte da população não está tão contente com a nova versão do país.

Mas antes dos problemas, vamos às boas notícias. Maxon e America vivem felizes e formaram uma família. Algum tempo depois do casamento, America fica grávida, e de gêmeos! Uma menina e um menino. E um fato curioso é que a menina nasceu primeiro. Ignorando a tradição de que apenas meninos podem assumir o trono, o casal decide fazer da filha a herdeira do país.

Agora voltemos aos problemas. Sem saber mais o que fazer para acalmar os nervos de seu povo, Maxon propõe a filha herdeira, Eadlyn, que realizem uma nova Seleção, que trará um novo príncipe, vindo do povo (assim como sempre aconteceu em Illéa) para que as pessoas voltem a perceber que também fazem parte das escolhas. Eadlyn não gosta nada da ideia e faz de tudo para impedir que aconteça, mas o futuro do país precisa vir em primeiro lugar se você pretende governá-lo bem um dia.

Não preciso nem dizer que muita confusão vai sair daí, não é? Eadlyn puxou muito do gênio forte e teimosia de seus pais, ou seja, veio tudo dobrado. A garota é osso duro de roer. Além de que ninguém tem mais poder do que ela. Ela simplesmente não aceita a ideia de escolher um marido, alguém para amar, dessa forma. Mas como querer não é poder, ela vai ter que dar um jeito de se virar com as opções que receber.

Falando da minha opinião agora, eu esperava muito mais desse livro. Comecei a lê-lo com as expectativas nas alturas e, talvez por isso, esse volume não me cativou tanto quanto os três primeiros. Tudo acontece rápido demais, os eventos se atropelam um pouco e eu não consegui me afeiçoar a ninguém de primeira. E além dessas coisas, eu esperava ver muito mais interação entre o casal Schreave e seus filhos, mas como o foco foi a Seleção e a narrativa é feita pela Eadlyn, compreendo por que isso acontece pouco.

Nos termos técnicos, Kiera ainda é impecável. A escrita é excelente, o que ajuda a prender a atenção do leitor. Mesmo com os eventos acontecendo mais rapidamente ainda temos clara noção de tudo que se desenrola. De forma mais acelerada, mas temos. Os personagens são claros e objetivos. O começo, meio e fim, recheados de problemas para resolver, estão presentes, como era de se esperar. O livro não é nada de muito inovador, quando comparado com seus antecessores. Sinto que ele foi escrito e publicado mais para mostrar aos fãs como andam as coisas com a vida de personagens que foram tão queridos e bem aceitos.

Recomendo a leitura, principalmente para os fãs prévios da série. Não acho que teria problema se alguém quisesse começar por esse livro, mas talvez faltem algumas informações. De qualquer forma, espero que seja uma boa distração e que a leitura sirva ao propósito de acalmar o coração em relação ao futuro dos personagens. Lembrem-se que Kiera faz coisas inesperadas, então se preparem para o final!

Nota: 4 estrelas.
(A nota máxima concedida pelo blog é 5 estrelas)


ATENÇÃO! Cuidado com spoilers de A Seleção e de A Elite!


A Escolha é o terceiro livro da série A Seleção e, por algum tempo, chegamos a acreditar que seria o último.

Depois de Marlee e Natalie terem saído da Seleção, o clima no palácio ficou mais pesado ainda. Não só pelos constantes ataques rebeldes ou pelos motivos que levaram as duas candidatas acima a serem eliminadas, mas principalmente pelas garotas que ficaram estarem cada vez mais dispostas a ganhar. A própria America, vista como a favorita do príncipe, esteve pertíssimo de ser eliminada e mais de uma vez, inclusive.

Com grandes revelações e passagens de tirar o fôlego, A Escolha é provavelmente o meu volume favorito dentre os cinco livros. É aqui que descobrimos quem será escolhida, é aqui que as intenções dos rebeldes ficam mais claras do que nunca, é aqui que (tecnicamente) tudo acaba. A Seleção foi muito além de simplesmente dar uma princesa plebeia ao país. Esses livros não são sobre um conto de fadas. Se tornar princesa, achar um príncipe encantado e usar vestidos bonitos são o ponto menos relevante da história, isso fica bem óbvio.

America está disposta a aceitar a coroa para poder ficar com Maxon, mas para isso ela terá que provar que é de confiança. Aspen ainda não deixou seus pensamentos. Ela ainda é a menina mais insegura que você pode vir a conhecer. Sim, ela ficou bem mais forte em todos os sentidos, mas ainda assim, teme demais o futuro. Na verdade, todos os personagens se mostram mais maduros, mais confiantes e mais fortes do que no começo. A mudança fica mais e mais evidente enquanto chegamos ao fim.

O livro é muito bem escrito, como seus antecessores, Kiera sabe como cativar um leitor. Na minha opinião, o livro só não é perfeito por conta de duas coisas que acontecem no final, mas isso não posso revelar.

Enfim, podem ler sem medo! O romance continua a causar arrepios e America e Maxon continuam a nos deixar estressados com tanta insegurança, mas o livro vale a pena. A história é uma das mais bonitas que já li e me arrependo de não ter dado uma chance a ela antes, como já disse na primeira resenha, mas agora ela tem um espaço bem especial no meu coração. Espero que ela seja capaz de capturar vocês como me capturou! Deixo aqui o meu "muito obrigada" a Kiera Cass por isso.

Nota: 4 de 5 estrelas.







ATENÇÃO: Cuidado com spoilers de A Seleção!





A Elite é o segundo livro de A Seleção, escrito por Kiera Cass. Aviso mais uma vez que tomem cuidado com spoilers caso não tenham lido o primeiro livro!

Por causa da agressividade e da determinação dos rebeldes, o príncipe Maxon decidiu reduzir sua Seleção para apenas seis garotas: a Elite. Obviamente, America, que narra a história, está entre as seis. Sua relação com o príncipe evolui rapidamente com o príncipe durante A Seleção e ambos vivem com medo de assumir um sentimento maior. Para America sabemos que o obstáculo é Aspen e para Maxon, a incerteza de que America possa amá-lo.

A competição entre as garotas está mais acirrada e cada vantagem que uma conta, deixa as demais apreensivas. A rainha está mais próxima de todas, e sabemos o que a Seleção significa para ela agora. Muitos problemas acontecem nessa parte do romance e parece cada vez mais difícil para America aceitar que pode se tornar uma princesa e ter que concordar com as leis de Illéa sem pestanejar.  

A escrita do livro continua maravilhosa, flui rapidamente e terminei a leitura em menos de um dia, como com A Seleção. Durante todo o livro, para mim, foi fácil entender as dúvidas de America, entender seus medos e até suas inseguranças. Quando quase tudo já estava a um passo de terminar, vem o destino e acaba com tudo. A competição fica pior, os nervos estão a flor da pele, ninguém sabe em quem confiar.

Também é nessa parte da história que vemos mais o rei Clarkson. Eu, particularmente, não gosto dele, mas não vamos falar dos porquês. Entendemos melhor a história de Illéa. Os rebeldes estão cada vez piores. É, tem muita coisa acontecendo.

Ainda é difícil para mim pensar que esse romance se passa no futuro, é ainda pior quando nos damos conta que o príncipe e as moças mal terminaram a adolescência e já tem que carregar todos esses pesos. Especialmente o príncipe Maxon. Eu não fazia ideia do quanto ele sofria até terminar esse livro. Sinceramente, foi muito fácil se afeiçoar a Maxon desde o começo, mas agora é totalmente diferente. Quando vocês lerem, irão entender.

Dito tudo isso, recomendo a leitura dessa série a todos. Todos mesmo. Se você leu A Seleção e não se animou muito a continuar, confie em mim e pega A Elite agora!

Nota: 5 de 5 estrelas. (Nota máxima)



A Seleção (de Kiera Cass) se passa em algum lugar do futuro em que os Estados Unidos da América já não existem mais. Na história, o nome do país é Illéa e durante os três livros temos muitas referências que nos levam a pensar no país que conhecemos hoje.

Nesse futuro, a monarquia se reestabeleceu. O rei Clarkson e a rainha Amberly cuidam para que seu filho Maxon encontre uma princesa com quem possa governar o país em breve. Para isso, existe a famosa Seleção, que foi como a rainha Amberly chegou ao trono.

Do outro lado, temos America, uma garota que sofre com o sistema de castas de Illéa. Sim, existem castas nesse país do futuro: Um, Dois, Três, Quatro, Cinco, Seis, Sete e Oito. America é uma Cinco e como tal dedica seu tempo as artes. Nunca lhe passou pela cabeça se candidatar à Seleção até que foi pressionada pelas pessoas que amava a participar.

A Seleção funciona assim: Garotas de todas as 35 províncias de Illéa, com a idade apropriada, podem se inscrever, através de um formulário. Será sorteada uma garota de cada província e as 35 irão para o palácio, conhecer o príncipe. Depois de muitas tarefas, encontros e obstáculos, tudo estará nas mãos do príncipe. Será ele a escolher sua futura esposa, dentre as 35 jovens, filhas de Illéa.

Mas seria tudo assim tão simples?

Começo essa resenha confessando que tenho uma enorme queda por tudo que envolva príncipes, princesas e reinados (talvez dê para perceber pelo nome que escolhi para colocar em minhas postagens). Não sei por que demorei tanto para dar uma chance a esses livros. De fato, nunca tinha tido real interesse em lê-los, este surgiu do nada, há pouco tempo. E, não era pra menos, acabei me apaixonando pela história. Tive o péssimo ato de passar pela obra pensando se tratar do século XV ou XVI, me assustando sempre que aparecia um telefone, uma câmera ou um computador. Não consegui evitar, já que na minha cabeça as monarquias e os casamentos arranjados são coisas do passado. E não, não me esqueci que temos monarquias hoje em dia, mas é muito diferente agora. Existem regras durante a obra que realmente são as mais arcaicas possíveis, como por exemplo, ser proibido por lei deixar de ser virgem antes do casamento.

Ler esses livros me fez pensar que daqui alguns anos, podemos voltar a ter monarquias em todos os países mais uma vez. Ainda não decidi se isso me assusta ou não. Mas esse não é o ponto aqui.
A Seleção é um excelente livro de abertura para essa série. Li num piscar de olhos, me senti muito bem com as palavras e a escrita de Kiera, consegui me colocar no lugar de America mais de uma vez e senti aquele gostinho de quero mais no fim, começando A Elite (segundo livro) imediatamente depois.

Há muito não me sentia tão envolvida com um livro. Recomendo a todos que amam um bom romance, mas principalmente a todos que amam uma boa história!

Nota: 5 de 5 estrelas. (Nota máxima)

Foto: Cris Faga
     No último domingo (29) aconteceu a vigésima edição da Parada do Orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) de São Paulo e é claro que a nossa equipe não poderia perder um evento como esse. O tema deste ano foi “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! Todas as pessoas juntas contra a Transfobia”, a favor dos homens e mulheres transexuais e travestis. A manifestação aconteceu entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, se iniciou às 10h e encheu todos os quarteirões da avenida mais famosa de São Paulo com pessoas de todas as classificações sexuais, lutando numa só voz pelo direito dessa minoria tão prejudicada socialmente em nosso país.

Foto: André Penner
     Cerca de três milhões de pessoas acompanharam dezessete trios elétricos (todos estampados com a bandeira T) que preencheram o ambiente com muita música. Seguindo o tema, o objetivo da parada foi fazer uma grande mobilização em prol da Lei de Identidade de Gênero  que defende o direito de transexuais e travestis de usarem seu nome social em órgãos públicos do governo federal, e buscar por um fim à transfobia em nosso país. A lei foi decretada pela ex-presidente Dilma, e o protesto criticava a bancada evangélica do Congresso Nacional que está tentando derrubar essa causa já alcançada. Assim como sempre, os direitos e a visibilidade dos outros segmentos também foram protestados, buscando acabar com a homofobia num sentido geral. É importante ressaltar que no dia 24 de Maio, o prefeito Fernando Haddad declarou a Parada do Orgulho GLBT como um evento cultural oficial de São Paulo, o que a inclui no calendário oficial do município.

     Assim como a virada cultural, houve diversos protestos contra Michel Temer, que está assumindo a presidência. Por todos os lados era possível enxergar cartazes gritando frases como “FORA TEMER”, e alguns com duplo sentido, como “AMAR SEM TEMER” e “TEMER JAMAIS”. Os ativistas consideram governo do presidente interino como uma ameaça à inclusão da população GLBT, podendo haver retrocesso dos direitos conquistados, devido à extinção da coordenação nacional LGBT e dos ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

Foto: Thiago Duran e Francisco Cepeda
     O elenco da famosa série da Netflix, Sense8, estava presente em um desses trios elétricos para a gravação de cenas de sua segunda temporada. A trama retrata oito desconhecidos que descobrem estar conectados mental e emocionalmente entre si, compartilhando sensações, pensamentos, experiências, habilidades e conhecimento. Quatro destes personagens são uma DJ que vive relacionamentos abusivos, uma empresária coreana que luta vale tudo em segredo, uma hacker transexual lésbica e um ator mexicano gay enrustido; dá pra imaginar as diversas loucas experiências vividas pelos personagens. Os atores atraíram diversos fãs da série, e além das gravações, eles aproveitaram bastante a parada paulista, mostrando sempre uma energia contagiante.

Foto: Celso Tavares
     A modelo transexual Viviany Beleboni (que chamou muita atenção aparecendo crucificada no evento de 2015) causou polêmica novamente com sua apresentação. Ela estava no nono trio elétrico e usava uma linda fantasia dourada que continha uma balança, representando a justiça. Viviany cobria o rosto com um fichário que representava a bíblia, (a peça continha uma mordaça e notas de dólares no verso) criticando direta e acidamente a bancada evangélica.


     Essa foi minha primeira vez na Parada do Orgulho GLBT, então não posso compará-la com a dos anos anteriores, mas posso afirmar que tive uma experiência muito boa lá. Diferentemente das polêmicas que são sempre evidenciadas na mídia (onde muitas delas não são verídicas), a parada é um evento bem leve e seguro (em questão à agressão, mas em relação à roubos, aconteceram diversos casos e é necessário se atentar com isso, assim como em vários ambientes com muita circulação de gente). É claro que em qualquer lugar sempre vai haver pessoas de má índole , mas são exceções. Não sofri e nem presenciei nenhuma cena de assédio (o que preocupou alguns amigos quando disse que iria), pelo contrário, o respeito era predominante. Algo que me chamou bastante atenção e me admirou foi o sentimento de liberdade das pessoas. É um momento onde todos se sentem livres para ser quem são, independente de qualquer julgamento. É lindo ver todas aquelas pessoas felizes, unidas, gritando por uma causa, com orgulho de si mesmo, sem vergonha de seu corpo, de suas vestimentas ou de qualquer coisa que o senso comum possa julgar.  Dá pra sentir uma energia bem legal no lugar, é um evento muito tranquilo, e totalmente livre. Quem quiser pode protestar, beijar, dançar, ou fazer tudo isso. E o mais legal é que não é nada restrito à comunidade GLBT, todos que acreditam e defendem essa causa podem participar, porque isso que é o importante: a união das pessoas para um bem maior, se unir para propagar o respeito, propagar o amor.